1º Fórum sobre Mogno Africano

Nos dias 24 a 26 de maio de 2013, foi realizado no Município de Pirapora/MG, o “1° Fórum sobre Mogno Africano Khaya ivorensis“, o evento teve o patrocínio da Atlântica Agropecuária, empresa de propriedade do Sr. Ricardo Tavares, e apoio e realização da Associação Brasileira dos Produtores de Mogno Africano Khaya ivorensis (ABPMA), representada por sua Secretária Executiva, Patrícia Fonseca.

Este fórum procurou aproximar representantes de importantes universidades brasileiras, ente elas a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dos produtores, membros da ABPMA e funcionários da Atlântica Agropecuária, somando mais de 60 pessoas.

A idéia foi discutir de maneira dinâmica os diversos aspectos que envolvem a produção desta espécie florestal, analisar seus desafios e potenciais de cultivo, e antecipar as demandas para os próximos anos, além de estudar o que vem sendo feito na Atlântica Agropecuária e demais produtores associados à ABPMA, e verificar o que já existe publicado à respeito.

Durante os três dias de evento, entre visitas práticas à campo, conversas e palestras, foram levantadas questões técnicas e operacionais à respeito do cultivo, e apontados alguns caminhos de pesquisa conforme abaixo:

• Melhoramento Genético: proposta de aumento na base genética, através de resgate de origem e estudo à introdução de novas matrizes, melhoramento visando qualidade de fuste, produtividade, resistência a pragas/doenças e ao estresse hídrico;

• Silvicultura e Tratos Culturais: otimização de estrutura de viveiros/jardins clonais, acompanhamento das atividades de preparo solo e plantio, fertilização, demais tratos culturais, proposta de experimento com diferentes espaçamentos;

• Consórcios, SAF’s e SASP’s: análise dos objetivos econômicos, sociais e ecológicos de projetos envolvendo o mogno africano, caso prático de cultivo em consórcio com retorno previsto em 12 meses, diferentes experiências no Brasil;

• Características e Utilização da Madeira: produtos madeireiros e não madeireiros, necessidade de estudos aspectos físico-mecânicos, avaliação em diferentes idades ao longo do ciclo, comparação diferentes espaçamentos e métodos de cultivo;

• Zoneamento e Adaptação: desenvolvimento e qualidade de madeira em diferentes ambientes, distribuição espacial na África, Brasil (SC ao PA) e no mundo, inventários florestais, levantamentos em viveiros, levantamento edafoclimático;

• Manejo Florestal e Certificação: estudos de espaçamento e desenvolvimento, certificação florestal para ampliação dos mercados, análise do potencial de crédito de carbono, possibilidade de uso em recomposição de reserva legal.

Entre os palestrantes e colaboradores merecem ser citados o Prof. Antonio Lelis (UFV), responsável pela apresentação dos Campos Experimentais I (idealizado pelo Prof. Ítalo Falesi) e II (de sua autoria), a Doutoranda em Eng. Florestal Andressa Ribeiro (UFLA), que apresentou os inventários florestais e comparação do desempenho em diferentes áreas de cultivo nos municípios de Pirapora e S. Roque de Minas (ambos em MG), o Eng. Florestal Rildo Moreira (Coordenador E.E.C.F. Anhembi – ESALQ/USP), que auxiliou na avaliação do sistema radicular de mudas seminais e clonais em trincheiras (raízes pivotantes/fasciculadas), os Profs. Luciana Duque e Ciro Righi (ESALQ/USP) e a Profa. Graziela Vidaurre (UFES), que assumiram a mediação dos Grupos de Trabalho, o Eng. Agrônomo João Emílio Matias, gerente geral da Atlântica Agropecuária e responsável pela maioria das explanações sobre a mesma, e o Sr. Antonio Serrati, proprietário do Sítio Esperança que conduziu a visita à campo naquela propriedade.

Enquanto as questões levantadas forem sendo respondidas e os trabalhos de pesquisa desenvolvidos, alguns pontos já podem ser listados como resultados positivos deste encontro:
• Fomento ao desenvolvimento de estudos específicos para o mogno africano (Khaya ivorensis);

• Oportunidades para que se dediquem esforços à uma cultura diferente das tradicionais espécies madeireiras cultivadas no Brasil (pinus e eucalipto);

• Disponibilização da estrutura da Atlântica Agropecuária para propostas e projetos de pesquisa em diversas áreas de concentração;

• Abertura da ABPMA à todos os participantes que quiserem se aprofundar no cultivo de mogno africano;

• Promoção do intercâmbio de conhecimentos entre diversas universidades, como forma a otimizar esforços e recursos.

Iniciativas deste tipo devem ser disseminadas e apoiadas, afinal quando se fala de uma floresta com corte previsto depois de uma década do plantio, ainda temos muitos anos de trabalho e pesquisa pela frente. Saudações florestais à todos!

Comitê Organizador do “1° Fórum sobre Mogno Africano Khaya ivorensis” – ABPMA

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