Pessoal,
Aqui no Mato Grosso em Diamantino no ano passado choveu cerca de 2.100 mm. Foi um ano atípico, pois o normal é um índice em torno de 1.600 mm. Acontece que durante os meses de abril, maio, junho, julho e agosto não caiu uma gota de chuva aqui na região. Veio a chover no dia 29 de setembro de 2014 e mesmo assim apenas 10 mm. A chuva só firmou agora dia 23 de outubro de 2014.
Com este cenário de seca tive o seguinte resultado nos plantios de Mogno Ivorensis e Senegalensis:
MOGNO IVORENSIS:
1- De uma população de 8.000 mudas plantadas de mogno ivorensis apenas 73 mudas secaram e morreram. 1609 mudas ficaram sem folhas, pois elas caíram em sua totalidade, As demais mudas apenas sentiram a seca com os seguintes sintomas: algumas folhas caíram, algumas folhas ficaram amareladas, algumas folhas secaram nas suas pontas, e algumas folhas murcharam de dia se recuperando à noite.
2- Logo depois das primeiras chuvas todas as mudas de mogno ivorensis retomaram o crescimento e soltaram brotos. O que me chamou a atenção é que o crescimento médio do mogno ivorensis depois das primeiras chuvas foi de 46,36 cm até hoje dia 29/10/2014. As árvores vão continuar a crescer e vou torná-las a medir quando o período chuvoso terminar no final de março de 2015.
3- Replantei as 73 mudas que morreram logo após a queda da primeira chuva e elas estão vigorosas.
MOGNO SENEGALENSIS:
1- De uma população de 8.000 mudas plantadas de mogno senegalensis apenas 6 mudas secaram e morreram. Nenhuma muda ficou sem folhas, As demais mudas não sentiram absolutamente nada.
2- Logo depois das primeiras chuvas todas as mudas de mogno senegalensis retomaram o crescimento e soltaram brotos. O crescimento médio do mogno senegalensis depois das primeiras chuvas foi de 18,36 cm até hoje dia 29/10/2014. As árvores vão continuar a crescer e vou torná-las a medir quando o período chuvoso terminar no final de março de 2015.
3- Replantei as 6 mudas que morreram logo após a queda da primeira chuva e elas estão vigorosas.
COMPARATIVO DAS DUAS ESPÉCIES:
1- O Mogno Senegalensis cresceu mesmo durante a seca. Durante o período de seca o mogno senegalensis cresceu 22,8 cm em média.
2- O Mogno ivorensis também cresceu na seca, mas seu crescimento médio foi de 1,34 cm.
3- O mogno senegalensis não sentiu a seca tanto num solo argiloso quanto num solo arenoso com 16% de argila.
4- O mogno ivorensis não sentiu a seca no solo argiloso, porém ele sentiu a seca num solo arenoso com 16% de argila.
5- No geral a seca não prejudicou o plantio de nenhuma das duas espécies de mogno.
6- O mogno ivorensis teve um índice de mortalidade de 0,9125% o que é excelente em silvicultura.
7- O mogno senegalensis teve um índice de mortalidade de 0,075% o que é espetacular a nível de silvicultura.
MANEJO DESTES DOIS PLANTIOS – SILVICULTURA A MODA ANTIGA USANDO NOVAS TECNOLOGIAS:
1- Foi dado dois ferros de grade 36 no solo.
2- Foi jogado 2 toneladas de calcário calcítico por hectare
3- O solo foi nivelado
4- Foi aplicado os defensivos SOLARA e SAVANA. A dose foi de 1,5 litros por hectare.
5- Foi feito uma cova de 60 cm de profundidade para o plantio
6- No fundo da cova foi colocado 300 gramas de adubo 9% de nitrogênio, 2% de fósforo, 9% de potássio, 5%de enxofre, 1% de boro, 1% de zinco e 0,5% de manganês.
7- Depois de depositado no fundo este adubo cobrimos a cova com 30 de terra.
8- Depois disso plantamos a muda com muito cuidado e manualmente no chão.
9- Para combater formiga usamos DINAGRO-S que mostrou uma eficiência de 100%, pois nenhuma muda sofreu ataque de formigas. Nosso combate foi feito da seguinte forma: Combate total duas semanas antes do plantio diretamente nas trilhas das formigas e nas intermediações dos olheiros. Quantidade de formicida calculada conforme instruções do fabricante. Depois do primeiro combate fizemos de 3 em 3 meses o combate sistemático.
10- Não fizemos ainda nenhuma capina ou roçada. O que fizemos foi um coroamento depois do sexto mês de plantio apenas nas mudas que apresentaram mato competição. Após o coroamento aplicamos FORDOR com pulverizador costal na área do coroamento feito.
11- Aplicamos no pé das mudas no mês de fevereiro e março (antes da seca) o produto REDIRENOVARE que é um produto a base de turfa. Este produto age na facilitação da liberação dos nutrientes que estão no solo. Nossa intenção foi fortalecer as mudas a fim de que elas ficassem aptas para enfrentar a seca.
12- Usamos também o produto REDISTART que é um bioativador florestal, também considerado um fertilizante líquido e sua aplicação é folear. Este produto foi aplicado em dezembro, de dois a três meses após o plantio. Aplicamos com pulverizadores costais.
OBSERVAÇÃO: Os produtos REDINOVARE e REDISTART foram fornecidos gratuitamente pela REDI FERTILIZANTES que em troca solicitou o acompanhamento dos resultados práticos e a passagem deste resultado para eles.
Milton Frank, associado da ABPMA
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